CAPITULO 7 – TOM E GIOVANNA
5 de fevereiro de 2008 – 10:20 da manhã – Aeroporto de Londres.
O aeroporto de Londres estava lotado de pessoas, Tom estava na sala de espera VIP, segurando um gigantesco buquê de rosas vermelhas, ele vestia um pomposo terno que veludo negro, estava de gravata, sapato e calça social, os cabelos ajeitados com gel, e a sua mão esquerda girava uma caixinha pequena dentro do bolso, enquanto a esquerda segurava o buquê.
O ponteiro do relógio se aproximava de marcar meio dia e o coração de Tom acelerava a cada segundo. ‘Será que ela vai aceitar? Será que não estou fazendo papel de ridículo?’ Ele pensava, sozinho, naquela sala, esperando o momento no qual Giovanna ia entrar por aquela porta.
- Eu vou encontrar com os meninos no aeroporto e... – Giovanna falava ao celular, ela deu três ou quatro passos dentro da sala até que viu Tom, com o buquê de rosas vermelhas nos braços.
- Depois eu te ligo. – Ela desligou o celular, e colocou-o dentro da bolsa, e correu para abraçar Tom, mas já era tarde, ele já estava ajoelhado aos seus pés.
- Giovanna, aceita essas rosas como símbolo de como eu senti sua falta durante essa semana que você estava na Coréia fazendo esse tal curso...
Ela pegou o buquê nos braços e sorriu pra Tom. – Só você mesmo, agora levanta Tom. – Ela dizia constrangida.
- Quer casar comigo? – Ele disse sério.
- Tom... levanta.... O QUÊ?
- Quer casar comigo Giovanna? Morar comigo na minha casa nova, passar o resto da vida junto, você quer?
Ela abriu a boca, mas nenhuma palavra saia. ‘Casar?’ Ela pensou surpresa. ‘Casar?’
- Eu.... Eu....
- Giovanna...
- Eu caso! – Ela sorriu.
- Que bom, era tudo que eu queria! – Tom se levantou do chão e abraçou-a com força. – Você é tudo na minha vida sabia?
- E a banda?
- Eles são homens, poxa! – Tom riu.
- E as fãs?
- Não são como você.
- E sua mãe?
- Eu te amo e ponto final!
Ele abriu a caixinha pequena onde duas alianças prateadas e cintilantes estavam.
- Tom... – Giovanna colocou a mão na boca, sem palavras. – Eu... Não tenho palavras. – Uma lágrima escorreu fina pelo rosto dela.
- Eu te amo demais. Muito mesmo. – Ele sorriu ao colocar o anel no dedo da garota. Tom a beijou-a com carinho. Suas mãos acariciavam os cabelos ondulados de sua noiva, sua futura esposa, sua tão amada Giovanna.
Dali do aeroporto eles foram para a casa onde Tom estava morando com seus colegas de banda, até que a mobília de sua casa ficasse pronta.
A casa era média. Tom entrou de mãos dadas pela porta de madeira grande que dava para uma sala redonda, onde Danny estava deitado no sofá vendo futebol.
- Tem sopa no fogão Tom, o Dougie foi no parque com a nova paquera dele e o Harry ta no estúdio tocando com a Izzy. – Danny informou com uma voz mole.
- Você bebeu outra vez? – Tom soltou a mão de Giovanna e se aproximou, e viu que Danny não estava simplesmente deitado vendo futebol, ele estava sim com um horrível odor de álcool, umas seis garrafas caídas ao lado do sofá, os olhos azuis estavam vermelhos e a pele estava demasiado quente para alguém da idade dele.
- Gio, me ajuda aqui! – Tom chamou, olhando penalizado para o amigo.
- Ele não melhora. – Giovanna balançou a cabeça negativamente.
- ME DEIXEM! – Danny levantou do sofá, derrubando a mesa de centro e quebrando algumas garrafas. – NÃO SOU UMA CRIANÇA! SEI ME VIRAR SOZINHO, PAREM DE ME TRATAR DESSA MANEIRA, EU JÁ DISSE, VOU MELHORAR! – Danny gritava.
- O que ta acontecendo aqui? – Izzy desceu às escadas e correu para perto de Tom, ainda com o arco de seu violino nas mãos. – O Danny ta doidão outra vez?- Ela disse baixinho no ouvido de Tom.
- Não, dessa vez foi a bebida. Chama o Harry lá em cima, acho que a gente vai ter que correr atrás dele.
Tom, Izzy e Giovanna olhavam paralisados para Danny que quebrava todos os móveis da sala. Ele estava muito bêbado. Danny era um garoto rico e talentoso, porém, há alguns meses estava entrando nessa de beber e se drogar. Mas para o mundo todo, ele era o formoso Daniel Jones. E ninguém sabia o que se passava naquela casa todas as noites quando Danny chegava bêbado ou drogado e Tom cuidava dele com todo o carinho do mundo.
- Harry! Harry! – Izzy subiu as escadas correndo e chamando o namorado.
- Tom, você não vai fazer nada dessa vez? – Giovanna estava desapontada.
- Gio, já fizemos de tudo com o Danny, ele ta assim de uns meses pra cá, não tem jeito, já tentei de tudo.
- Parem de comprar bebidas pra cá!
- Eu não compro mais, nem eu nem o Harry. O Dougie que ajuda ele, o Dougie busca droga pra ele, o Dougie compra bebida, cigarro.
- Falem com o Dougie, então! – Giovanna estava indignada.
- E você acha que eu e o Harry já não tentamos?
Danny passou por onde Tom, Gio, Harry e Izzy estavam, ele correu até a cozinha e pegou a chave de seu carro que estava sobre o balcão negro.
- VOU SAIR! E AI DE QUEM ME SEGURAR!
Giovanna olhou aquela cena e suas mão automaticamente alcançaram o celular no bolso, ela já havia chamado a polícia quando Danny resolveu sair da casa.
- Danny! – Tom correu e tentou abraçar o menino.
- NÃO VENHA COM ABRAÇOS FLETCHER! SEI QUE SÃO FALSOS.
- Danny, me escuta, pelo menos uma vez, nós só queremos o seu bem... – Lágrimas grossas escorriam pelo rosto de Tom.
- Tom! – Izzy correu até ele e abraçou-o. – Gio já chamou a policia, eles não vão deixar Danny fugir.
- Izzy... Ele... É como se fosse um irmão pra mim.
- Também é pra mim. – Izzy respirou fundo. – Mas foi pelo caminho errado.
- ESTOU INDO, ESTOU INDO! – Foram as palavras que Danny berrou antes de bater a porta e eles ouvirem o barulho do carro sendo ligado.
- Sirenes! – Giovanna gritou, correndo para o jardim.
- A policia chegou! – Harry correu atrás de Giovanna.
- Vamos, Tom. – Izzy arrastou Tom pela mão até o jardim.
A cena era horrível, inaceitável.
Danny estava algemado, enfermeiros estavam lhe dando uma injeção calmante e ele foi colocado em uma maca, dentro da ambulância da emergência.
Tom olhou tudo aquilo em pânico, nunca havia visto algo tão triste. A porta da ambulância fechou e Tom se sentiu impotente, não podia fazer nada. Danny havia chegado no limite do terrível. Primeiro a fase das drogas, e agora o cigarro e a bebida, todos os dias eram como este. Danny bêbado, fumando na varanda, sempre tocando sua gaita, com olheiras gigantes, as mãos sangrando de tanto tocar violão, a voz rouca que suplicava por mais uma garrafa, ou por mais um cigarro, ou por uma noitada com qualquer menina da Inglaterra.
Ele não abraçava mais os fãs, não reconhecia mais ninguém. Danny Jones não estava sóbrio haviam dois meses.
Izzy sentia a mesma dor de Tom, foi isso que a fez sentar na grama verde do jardim e puxar Tom para sentar com ela. Tom sentou-se, e deitou no colo de Izzy feito uma criança que foi abandonada pelos pais, chorava, chorava, chorava, soluçava, tremia, gritava, chorava.
Harry sentou-se ao lado de Izzy, abraçando-a, e pela primeira vez naquela noite Izzy chorou. Uma lágrima fina saiu de seus olhos e percorreu todo o seu rosto. Giovanna sentou-se ao lado de Tom e abraçou-o com força, chorando tão intensamente quando ele.
- Galera? O que houve? – Dougie vinha correndo pela rua na direção deles.
Harry o mais calmo dos quatro se levantou lentamente e olhou triste para Dougie, ele não queria dizer aquelas palavras. – Danny foi levado, sedaram ele, a bebida outra vez.
- Ah, não! – Dougie sentou-se na grama e colocou a mão na boca, o olhar estava perdido por algum lugar ali, ele não conseguia pensar em nada, só no amigo.
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FIM DO CAPÍTULO